Mangueirinha, 7 de agosto de 2016 ou Aos que se preocupam
Mangueirinha, 7 de agosto de 2016
Aos que se preocupam
Hoje terminei o dia com um bom caneco de café e um prosa entusiasmada com o Filho do Som. Incrível quando somos pegos no flagra pelo acaso. Já faz muito tempo que não fazia filosofia como hoje. Lembramos do dia que O filho do som foi habitar em minha morada. E desaguando e diversos assuntos, por vezes me emocionou algumas memórias e me contive para não coalhar meus olhos de lágrimas.
As reminiscências da nossa amizade invocaram questões que levaram nos a sonhar.
Compartilhei com ele minha experiência com o Daime, e como somos exageradamente pessimistas, por falta de esclarecimento.
Em parte, meu péssimo vem de minha família. Movidos a um modelo de sobrevivência, não estão na mesmo momento que eu. As vezes me sinto castrado pelas obrigações que povoam minha mente. Construir casas, reformas, problemas, ser o companheiro de velhice da minha mãe, tudo isso como uma espécie de retribuição das mazelas que recebi.
Mas será mesmo que o melhor caminho a seguir é este, uma barganha afetiva, onde um indivíduo se doa para o outro negando a si, para que outro retribua. E se eu alegasse "Não pedi para nascer, logo a escolha do meu nascimento implica uma responsabilidade por parte daqueles que assim consentiram"
É necessário uma gratidão, assim como sinto a solidão, pq minha mãe parece não nos querer por perto. Ela quer. Mas eu preciso me sacrificar.
Eu urinei fora da patente. Vou voltar ao assunto.
Conversamos sobre nossas expectativas, o filho do som me contou sobre seu fascínio pelo teatro. Entendemos juntos que somos levados a desistir daquilo que nos faz suspirar mais forte, e temos o medo de sofrer. E que por mais que vivemos essa constante de amor platônico, esse desejo na falta, precisamos de um foco, mesmo sabendo que não vamos quer a mesma coisa sempre, é preciso ser eterno enquanto dure. Eu não vou amar eternamente essa pessoa que estou beijando, não prometo mais, posso amar muito essa pessoa enquanto ela me dá prazer, mas nas próximas vezes ela não me alegrará mais, e vou amando o mundo na medida que ele me alegra e odiando na medida que que me entristece. Eu amei o filho do som enquanto conversávamos, eu amo o pão que comia enquanto ele me alegrava, amamos os colegas de trabalho quando estamos indo embora, eles me fazem rir, e me encantam, eu filósofo. Mas ainda que sejamos movidos por esses afetos precisamos construir nossa existência. E pensar a melhor vida é pensar as condutas. Para saber o onde quero chegar é preciso uma lista de objetivos que independente da opinião de terceiros e das contingências, desse mundo em putrefação, nos fará saltar o coração da guela, que fará sonhar os pessimistas, que fará suspirar mais forte.
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