Refletindo a música Felicidade de Marcelo Jeneci - Um diálogo entre o Taoísmo Chinês e o Estoicismo
"Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz. Sentirá o ar sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis. Você vai rir, sem perceber, Felicidade é só questão de ser. Quando chover, deixar molhar, pra receber o sol quando voltar. Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz, Se chorar, chorar é vão, porque os dias vão pra nunca mais, Melhor viver, meu bem, Pois há um lugar em que o sol brilha pra você, Chorar, sorrir também e depois dançar, Na chuva quando a chuva vem. "
(Marcelo Jeneci - Felicidade)
A lucidez do estoico Sêneca empresta a primeira frase da música como sua: “Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz”. Segundo Sêneca, a alma humana não foi concebida apenas para felicidade e prazeres, por isso é preciso estar ciente de que expectativas excessivamente otimistas levam a decepção e frustração. Por isso, a dica do estoicismo é aceitar que existe uma ordem cósmica e que nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos.
A lucidez do estoico Sêneca empresta a primeira frase da música como sua: “Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz”. Segundo Sêneca, a alma humana não foi concebida apenas para felicidade e prazeres, por isso é preciso estar ciente de que expectativas excessivamente otimistas levam a decepção e frustração. Por isso, a dica do estoicismo é aceitar que existe uma ordem cósmica e que nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos.
A Raiva ou tristeza vêm quando a esperança ilusória se choca com a realidade imprevista. O universo não pretende nos agradar ou magoar.
Seria errado, segundo os estoicos, pensar que tudo acontece para satisfação do ego, a nuvem não esconderá o sol apenas para não lhe queimar e nem fará um lindo dia no sábado apenas porque você estará de folga. Ou seja, precisamos "aceitar" “A chuva quando ela vem” e da mesma forma aceitar o sofrimento, a morte, a tristeza, as decepções e também as felicidades: “Chorar e sorrir também”. Mas acima de tudo viver em conformidade com a natureza e entregar-se ao momento (Amor Fati em Nietzsche), por mais difícil que seja, há uma lógica (lógos) no cosmos e feliz é quem obedece.
“Felicidade é só questão de ser”, não é necessário um esforço, pois não temos controle sobre todas as coisas, só nos resta esperar e nos preparar para ao que vier. Claro, podemos decidir o que fazer com o que a natureza coloca para nós (Vide Sartre, Beauvoir e Camus). Por isso, Sêneca aconselha o pessimismo, pois a precaução já deixaria preparado para quando o pior chegar. Apenas viva, aceite os infortúnios, quem sabe eles podem ser o melhor para você, quem sabe esse infortúnio, por mais que esteja insuportável pode ser uma preparação para um “lugar em que o sol brilhe pra você”.
“Felicidade é só questão de ser”, não é necessário um esforço, pois não temos controle sobre todas as coisas, só nos resta esperar e nos preparar para ao que vier. Claro, podemos decidir o que fazer com o que a natureza coloca para nós (Vide Sartre, Beauvoir e Camus). Por isso, Sêneca aconselha o pessimismo, pois a precaução já deixaria preparado para quando o pior chegar. Apenas viva, aceite os infortúnios, quem sabe eles podem ser o melhor para você, quem sabe esse infortúnio, por mais que esteja insuportável pode ser uma preparação para um “lugar em que o sol brilhe pra você”.
Seria o Bode Japeth um estoico? kkk
Lieh-Tsé, discípulo do taoísmo, na parábola O velho e o forte, estabelece a noção de sorte e azar como instantes passageiros que não devem ser solidificados no espaço como uma realidade final. Para Lieh, as coisas acontecem em um eterno fluxo, ora as coisas se mostram como alegres e tristes, morte e vida.
Lieh-Tsé, discípulo do taoísmo, na parábola O velho e o forte, estabelece a noção de sorte e azar como instantes passageiros que não devem ser solidificados no espaço como uma realidade final. Para Lieh, as coisas acontecem em um eterno fluxo, ora as coisas se mostram como alegres e tristes, morte e vida.
O taoísmo, semelhante ao estoicismo, postula harmonia cósmica, e se preciso o homem deve negar os seus desejos a fim de obedecer a ordem do cosmos. Por fim, o homem apenas contempla a vida, como ela é e atinge a Ataraxia. Se eliminarmos todos os desejos e aprendermos a viver de acordo com a harmonia do logos cósmico, veremos que tudo é bem mais simples do que imaginamos e podemos apenas deixar as coisas seguirem seu curso natural. Para concluir, nessa caminhada que congrega budistas e lavoisierianos, entrará em uma reorganização ética (Felicidade e moral) a existencial (consciência e matéria) até você ser “Um” com a natureza, na sua morte (física e estética). Como indicou Lao Tzé em Tao Te Ching:
“E cada vez menos é feito até se atingir a perfeita não-acção. Quando nada é feito, nada fica por fazer.”
Ou se preferir, como aconselha Jeneci “Felicidade é só questão de ser”.
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