Manadas


Mangueirinha, 10 de agosto de 2016  Amado Tellure.

Quase que hoje não escrevo. Estava pensando em como seria uma vida mais simples, notei que se faltasse a música seria insuportável. Não ligaria se não houvesse luz elétrica, há a luz do dia para leituras, há velas. Posso me banhar em água fria, a água quente é sinal de fraqueza., posso me lavar em humildade. O que não posso é perder o momento com medo de magoar alguém. A cada dia mais eu vejo como a vida é única, eu ficava mordido por não poder viver os pores do sol enquanto trabalhava. Mas também penso que isso pode ser uma preguiça existencial, nao posso ser alternativo dentro de tudo isso? Talvez não há mal em banhos quentes, mas há mal na empafia com o outro. Se não fossem pequenos luxos e principalmente privilégios eu não pensaria da forma que penso, eu não teriw ideiais de desapegos. Sidarta não teria o que negar, talvez nao teria se tornado Buda. Talvez Francisco de Assis não teria belas roupas para se denudar, não teria nos ensinado a irmandade com as coisas. Por exemplo, ouço uma canção de amelie poulin, canção refinadissima, se não tivesse esse aparelho de som não teria substrato para reflexões, ou teria. Não sei. Se não tivesse em uma cama que me aconchega calorosamente, se não houvesse jantado. Se não tivesse aonde escrever? de onde viriam essas ideias? Será que a angústia, a depressão é um mal de quem tem condições de vida onde o real é o abstrato, onde a falta de dores físicas, presentes na pobreza, nos levam a construção de dores metafísicas? Hoje estou demorando dormir. Pensava diversas coisas. realmente nada faz sentido. O que quero é estudar o que gosto, trabalhar com o mínimo para me alimentar, pelo menos nesta juventude. Vivemos pensando na frente, somos medrosos. Será que consigo viver da música? Meus pensamentos nao então me ajudando muito. enquanto eu pensava eles vinham em manadas, agora correm afoitos.

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