Caro Tellure, tenho nojo de você

Titubiei escrever mais um pouquinho, não me contive. Estava rebolando na minha mente a idéia de pessoas que realizam atividades fantásticas fora do seu estado natural de inebriaçao dos prazerezinhos da vida. Na tristeza, na possessão, alucinações, substâncias artificiais, estados de consciências alterados. Eu me lembro de Van Gogh, imagino os inúmeros acessos antes de cortar a própria orelha. Nietzsche, ficou maluquinho. As vezes receio dizer algumas coisas com o medo de ser taxado como louco. Grandes morreram de overdose, de loucura, o que a sanidade traz de proveitoso? Não quero dizer que preciso fugir deste mundo por covardia, mas existe no mundo (vi hoje na TV) um punhado de coisas que nos afastam da evidente mesquinhez do homem, da sua evidente miséria, do seu egoísmo certo, dessa vaidade do corpo em constate putrefação. Eu mesmo não quero a dor, quero o belo, quero pessoas que julgo belas ao meu redor, pessoas que falem de maneira inteligente. Cristo, foi un cara foda. Imagina indivíduos podres, putrefação ambulantes, cheirando a carniça, Cristo andava com esses caras, não tinha nojinho do real. Ele andava com os fodoes da retórica os fariseus, mas também andava com analfabetos, pessoas mesquinhas, preconceituosas. Essas pessoas que quero me afastar, quero discutir Dostoievski e Hamlet, mas e a vida como ela é? A vida que é perfumes também fede, cheira mal, o sol que é o belo das poesias também queima, causa câncer. Doi soa, as pessoas fedem quando ficam demais no sol. As pessoas usam toda uma aparelhagem, pois sendo o mais natural possível, federiam, estariam podres sem o perfume, não há beleza no natural, apenas na capacidade de embelezar tudo isso, ufa. Ainda bem wue podemos embelezar tudo isso. Mas não quero deixar de abraçar quem ouve músicas que pejorativamente aquilo que amo. Não deixo de abraçar marginalizados. Não deixo os preconceitusos, os burgueses exploradores e os proletários que sonham com a cabeça do patrão.

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