Ensaio sobre Joelhos

Hoje a noite meus joelhos doem, minhas mitocôndrias também. Porém, o ensaio de hoje não é sobre anatomias esganiçadas, mas sobre uma persona sui generis.

Não muito certo de minhas conclusões afetivas, notei em mim o deslocamento do modo como eu via certa moça. Sei que não me atenho a detalhes de indivíduos comuns e devoro características singulares daqueles que saltam aos meus olhos. Geralmente essas pessoas, percebidas com mais demora pelo meu juízo, são seres que funcionam a margem de alguns modelos estruturais onde muitos fazem filas para participar. Não muito distante de uma não querência, essa moça começou a contribuir na minha existência de uma forma peculiar e pacata, aparecendo raras vezes em minha vista, mas nas quais a prosa fácil e o apresso pelo traço de ilustrações a fio me comoveram afetivamente.

Começo desde então, questionar o modo que aproximo-me dela, busco urdir palavras que despertem nela um estado catártico de sorriso, em vão, pois todo olhar em direção dela já sou contemplado pelo despontar do riso, tal como se estivesse diante do deus Pã, uma amabilidade irresistível. Ainda que a necessidade de um abraço distraia-me da cortesia de sua delicadeza, sei que apenas sua prosa, conversa e dialogo já engendrarão em mim um contento. Como essa moça parece ser rebelde aos conceitos, conduzirei minhas palavras aqui apenas como desculpa para entretenimento de minha mente.