O Russo e o espremedor de laranjas fluorescente

Um Russo bate na porta da sua casa. O nome que estampa seu crachá é Ivan Kairov, ele está vendendo um espremedor de laranjas fluorescente. Você não fala russo, mas percebe que ele está vendendo, vendedores se denunciam em qualquer idioma. Ivan sacode aquele bugiganga de baixo pra cima, tem até laranjas cortadas dentro da maleta, coloca dentro de um saco preto e demonstra sua fluorescência.

Você não precisa de uma geringonça daquelas e muito menos fala russo, o que torna impraticável expressar sua recusa com argumentos aceitáveis. Com línguas distantes, você se sente isolado em uma cápsula, muito distante do seu interlocutor, percebe que é impraticável discutir com Ivan, não há recursos para tornar comum suas idéias.

Estudar russo demandaria muito tempo e dedicação, além do compromisso que você construiria com o vendedor, pedindo que ele retornasse semana que vem, quando você poderia explicar seus argumentos, mas como é que diz “Volte semana que vem em russo?”.

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